sábado, 10 de janeiro de 2015

Pesquisador coleta dados para documentário e livro sobre os 100 anos do cooperativismo no RN

ASSÚ – Dentro de uma agenda que abrange outras cidades do Estado, o pesquisador e cooperativista Manoel Barbosa de Lucena esteve quinta-feira, dia 8, em Assú, com o objetivo de dar sequência à coleta de subsídios para um documentário que pretende produzir sobre os cem anos de presença do cooperativismo no Rio Grande do Norte. O material também será aproveitado num livro que ele pretende lançar em meados de outubro ou novembro.

Ele destacou que Assú possui um papel preponderante dentro da trajetória do segmento no Estado. “Em meus 44 anos dentro do cooperativismo sou testemunha que Assú tem uma história dentro do cooperativismo na área do artesanato, na área agropecuária e na área da eletrificação rural”, registrou o professor Lucena, como gosta de ser chamado. “Aqui [em Assú] surgiram muitas cooperativas que ajudaram no desenvolvimento”, ressaltou.

Citou como exemplo a Cooperativa Artesanal do Vale do Açu (Covale), criada no governo Lavoisier Maia. “Na mesma época foram criadas outras cinco cooperativas no Estado todas ligadas à arte do artesanato”, contou. “Hoje elas estão semiabertas, com dificuldade, mas ainda produzindo artesanato, principalmente com a riqueza artesanal que a população tem, como aqui no Assú com a palha da carnaúba”, completou.

Professor Lucena registra que, de 1915 até hoje, foram constituídas no Rio Grande do Norte 811 organizações cooperativistas em vários setores. “Só no ramo da eletrificação rural foram constituídas oito cooperativas no Estado, e foram elas que levaram a energia para o campo”, disse. Lembrou que quando o então governador Garibaldi Filho negociou a Cosern, incluiu na transação com o grupo espanhol Neoenergia as redes de distribuição destas cooperativas.

Revelou que a questão até hoje está sendo objeto de ação judicial. “Porque o Governo do Estado vendeu as redes de distribuição de energia elétrica que não lhes pertenciam, pois todas elas foram construídas pelas cooperativas”, sentenciou. Professor Lucena confirmou que, a partir de tal fato, foi iniciado todo um processo de enfraquecimento das entidades que atuavam no setor da expansão da energia rural do Estado.

DADOS
Professor Lucena relatou que, hoje, todas estas cooperativas estão paralisadas, com uma única exceção: a Cooperativa de Desenvolvimento Sustentável do Vale do Açu (Cerval), em Assú. “Isso porque a Cerval buscou outro caminho, através do sistema agropecuário, com a produção e beneficiamento de leite”, explicou o pesquisador, que anota cuidadosamente todas as informações, primeiro para a publicação literária que já reúne 411 páginas.

Créditos: O Mossoroense.

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