sábado, 3 de setembro de 2011

Coveiros de São Paulo anuncia fim da greve


O comando de greve do Sindicato dos Trabalhadores na Administração Pública e Autarquia do Município de São Paulo (Sindsep) decidiu, após reunião na tarde desta sexta-feira (2), dar continuidade à paralisação da categoria. Mas os servidores públicos que atuam no Serviço Funerário vão retornar ao trabalho de forma imediata, em cumprimento a uma decisão da Justiça.
“Cada secretaria tem um comando de greve. Vamos retornar ao trabalho por um motivo óbvio: entramos em uma briga em junho, mas a pressão incide no nosso bolso”, afirmou o dirigente sindical Jaime Jesus Ferreira. Ele pediu desculpas pelos transtornos causado à população. "Peço perdão a todos os familiares que passaram por constrangimentos neste período."
O Tribunal de Justiça de São Paulo (TJ-SP) determinou nesta quinta-feira (1º) que os funcionários do Serviço Funerário voltem imediatamente ao trabalho. Caso contrário, o sindicato que representa a categoria será multado em R$ 60 mil por dia.
Apenas os serviços de transporte dos corpos e de sepultamento, considerados emergenciais, serão retomados pelos servidores de forma imediata. "Serviços como manutenção e limpeza dos cemitérios continuarão paralisados. O que não for emergencial não vai ser executado", disse João Batista Gomes, secretário de Assuntos Jurídicos do Sindsep.
O secretário-geral do sindicato, Vlamir Lima, por sua vez, leu uma nota, após a reunião do comando de greve, explicando o motivo da continuidade da paralisação. No comunicado, o sindicato disse que a Prefeitura não concedeu um reajuste de 15% à categoria.
"Na verdade, aumentou o chamado 'piso mínimo', que é a soma do padrão e de todas as gratificações. Ou seja, se algum servidor ainda receber menos de R$ 630, será feito um complemento (abono) para chegar neste valor. Essa medida atingiu apenas 10 mil trabalhadores aposentados", informou a nota.
O salário base inicial para servidores de 40 horas é de R$ 440,39, abaixo do salário mínimo, segundo o sindicato. Além disso, o sindicato negou que tenha recusado o aumento de 11,23% oferecido pela Prefeitura. "A proposta beneficiaria exclusivamente o quadro da saúde (médicos, enfermeiros, auxiliares de enfermagem) e mesmo assim a partir de janeiro de 2012", informou o comunicado.
Vlamir Lima criticou ainda a decisão do Tribunal de Justiça. "É um ataque ao direito de greve." Ele anunciou que o sindicato vai recorrer da decisão.
A assembleia de toda a categoria, prevista para as 10h de segunda-feira (5) em frente à sede da Prefeitura, no Viaduto do Chá, Centro da capital, foi mantida. Os servidores estão em greve desde terça-feira. Os sindicalistas esperam que, na ocasião, a Prefeitura abra um canal de negociações e ponha um fim nas retaliações aos servidores em greve.
Os trabalhadores pedem um reajuste de 39% e a Prefeitura de São Paulo aceita dar até 11%. Nesta sexta-feira, a greve entrou no quarto dia. Segundo o sindicato, 90% dos 1,3 mil trabalhadores da área permaneciam parados.
Serviço Funerário
O setor mais prejudicado foi o Serviço Funerário. Nos velórios, os caixões precisam ser lacrados depois de 24 horas, como determina uma lei. Nos cemitérios, homens contratados para fazer a manutenção ajudavam nos enterros. A Prefeitura teve de contratar 15 carros de empresas particulares para auxiliar nos transportes de corpos e 262 guardas-civis metropolitanos foram deslocados para dirigir os carros do Serviço Funerário. Funcionários de outras áreas nos cemitérios também foram deslocados para fazer os enterros.
Fonte: http://g1.globo.com

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