A PM, fortemente armada, apareceu no final da tarde visivelmente para despejar os acampados, o que foi suspenso logo depois; o medo impera.
O clima na Dired-Mossoró é de tensão. Os estudantes da UERN e outras instituições, que estão acampados desde o último dia 16 de junho e reivindicam melhorias na própria UERN e na Educação estadual em geral; receberam a visita da Polícia Militar no final da tarde, e faltou muito pouco para "fechar o tempo". Durante todo o dia, os manifestantes aguardaram pela PM, que apareceu na Dired por volta das 16h30 - segundo o Comando Geral da instituição, para "acompanhar oficiais de Justiça no trabalho de notificação sobre a decisão judicial que determina a desocupação do prédio" - decisão que foi assinada na terça (05), em troca de um acordo (até o momento apenas verbal) feito com o procurador geral do Estado, Miguel Josino, onde o Governo se prontificaria a atender apenas quatro reivindicações (todas restritas à UERN e sem obrigação de prazo para cumprir). Mas a cena que se viu, segundo descrições, foram quatro viaturas e policiais fortemente armados em torno do prédio, visivelmente para executar e não para notificar da desocupação.Os acampados resistiram, alguns se algemando à entrada da Dired; professores, sindicalistas e outros estudantes chegaram rapidamente ao local para dar apoio ao movimento e evitar coisa pior, ao mesmo tempo que o grupo alojado na Dired pedia ajuda à OAB-RN. Ministério Público e instituições de direitos humanos via redes sociais. Por volta das 18h a PM se retirou, sem desalojar ninguém. Rumores circularam dando conta que a ordem de desocupação e reintegração de posse havia sido suspensa e até mesmo anulada - o que não aconteceu até o momento.
Passava das 19h quando o Governo do Estado se pronunciou pelo seu site oficial sobre a situação - "Foi um pedido pessoal da governadora Rosalba Ciarlini que determinou que a força policial não seja usada na remoção dos estudantes do prédio, mesmo com o parecer favorável da Justiça que determina que isso pode ser feito", alegou o procurador Josino, insistindo mais uma vez que só haveria alguma negociação após a Dired ser desocupada - "Já enviei um comunicado marcando uma reunião com eles para segunda-feira (11) às 15h, desde que o prédio seja desocupado até as 22h de hoje (quarta, 06)"; de acordo com o Estado, os manifestantes haviam posto como condição para desocupação da Dired o agendamento de uma audiência com Josino. O prazo por sinal, já está encerrado.
Com o "prazo de trégua" encerrado, o medo impera: abre-se a possibilidade da PM aparecer nas primeiras horas da manhã (ou, pior, durante a madrugada) para desalojar os manifestantes "sentando o pau" (os estudantes reforçam que vão resistir pacificamente); a questão é que há uma ordem judicial que não foi anulada nem suspensa, e com isto a obrigação de cumpri-la.Fonte: nominuto.com
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