terça-feira, 31 de maio de 2011

Governo se comprometeu de enviar proposta hoje para servidores

Na manhã de ontem, os secretários estaduais de Educação e Administração, Betânia Ramalho e Anselmo Carvalho, respectivamente, estiveram em Mossoró para negociar com os líderes do movimento grevista da Universidade do Estado do Rio Grande do Norte (UERN).
Na última audiência, realizada dia 24, o Governo do Estado pediu um prazo para apresentar uma proposta. Os professores e servidores decidiram esperar.
Na reunião de ontem, os secretários, entretanto, não trouxeram boas novidades para os servidores. O principal ponto debatido foi a questão salarial.
Anselmo Carvalho explicou que, por lei, o Estado não pode reajustar o salário dos professores e técnicos.
"A lei de responsabilidade fiscal não permite que o Estado tenha mais despesa com pessoal do que com a receita corrente líquida. Hoje, as despesas com pessoal estão acima do permitido, que é de 49%; nós estamos com 49,68%. Estamos impossibilitados de atender as exigências dos servidores por causa dessa lei, que é federal. O que estamos fazendo é tentar aumentar a receita. A governadora já cortou privilégios e favores fiscais. Precisamos aumentar a receita para poder aumentar a despesa, para poder balancear. Por essa impossibilidade, não seria responsável de nossa parte apresentar nenhum índice nesse momento. Só vamos propor algo que seja possível concretizar. O Governo não vai enganar o servidor", declarou o secretário. 
Durante a reunião, os servidores demonstraram decepção em relação ao posicionamento do Estado. O presidente da Associação dos Docentes da Uern (ADUERN), Flaubert Torquato, disse que esperava pelo menos uma proposta. "A reposição salarial foi o principal ponto hoje. Mas como podemos negociar? Sem dizer quanto ou quando, não tem como ter acordo", reforçou o professor. 
Diante da insatisfação dos professores e servidores, que se negaram a esperar um novo prazo para apresentação de uma proposta, os secretários do governo se comprometeram de estudar uma alternativa e encaminhar um documento aos líderes grevistas até as 9h de hoje, horário em que os servidores realizam a assembleia com toda a categoria para decidirem se entram em greve ou não. 
"Vamos apresentar a proposta e definir o que pode ser feito, desde que isso não afete a saúde financeira do Estado. Eu compreendo demais o lado deles. A categoria é a que mais sofre, principalmente quando se fala em profissionais do nível médio. Faremos o possível para negociar, até porque não é interessante para o Estado que haja greve", disse a secretária Betânia Ramalho. 
Entretanto, o comprometimento do Governo em encaminhar uma proposta não entusiasmou os servidores. A presidenta do Sindicato dos Técnicos Administrativos da Uern (SINTAUERN), Rita de Cássia Vidal de Negreiros, diz que, apesar de haver espaço para um diálogo, o mais provável é que a categoria entre em greve. "Não nos passaram nenhuma novidade, nenhuma proposta concreta. Pediram prazo. Se for para esperar, creio que vamos esperar em greve", disse ela.

Secretária vai se reunir com estudantes
Durante a audiência de ontem, os representantes do Diretório Central dos Estudantes (DCE) da Uern também manifestaram descontentamento em relação à situação atual da universidade.
A discussão com os servidores limitou, segundo os estudantes, o espaço para debater as exigências da categoria.
A secretária estadual de Educação, Betânia Ramalho, disse, durante a reunião, que marcaria outra audiência para tratar exclusivamente da questão estudantil. 
Os estudantes reclamaram da falta de apoio docente. "Os professores pedem nosso apoio, mas não unificaram o discurso", reclamou o presidente do DCE, Petrônio Andrade. 
"Vamos marcar uma reunião para estudar as reivindicações dos alunos da Uern, até porque muitas dessas propostas deles são compatíveis com a proposta do Governo de expansão da universidade", declarou Betânia Ramalho. 
A data da reunião entre o comando estudantil e a secretária de Educação do Estado ainda não foi definida.


Fonte: Jornal de Fato

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