sexta-feira, 10 de dezembro de 2010

Reprovar ou não? Eis a questão

A reclamação é geral nas escolas. "Os estudantes não querem nada". Temos aqui dois lados. Um, o do aluno, que não vê na escola nenhuma atração; outro, o do professor, que procura ensinar aos alunos o conteúdo e não obtém sucesso.
O aluno hoje tem em mãos tudo o que ele precisa para estudar. Tem caderno, lápis, todos os livros das disciplinas, merenda, boas escolas. Diferentemente do tempo dos nossos pais ou avós, quando o caderno era feito de papel de pão porque ninguém tinha condições de comprar um.
O aluno hoje também tem, ao longo do ano, muitas chances de atingir a nota mínina para ser aprovado. Ele faz prova, recuperação durante o ano, trabalhos, tem mais uma recuperação no fim do ano e, se não for aprovado, ainda tem uma outra chance.
Então, tudo leva a escola a "empurrar" o aluno para a série seguinte. Mas não é culpa da escola, é do sistema de educação que nós temos, o qual quer uma educação de qualidade. Ora, como termos uma educação de qualidade se nossos alunos não podem ser forçados a estudar, a pesquisar... Eles têm apenas que estar na escola. Isso já basta.
Os alunos chegam ao ensino médio sabendo menos do que eles deveriam saber. E chegam à faculdade sabendo nada sobre tudo. Muita coisa do que o aluno aprende não é na escola regular. Ele precisa fazer cursinho para passar no vestibular. Mas para que fazer cursinho se ele tem escola, se ele estuda antes? Ele faz cursinho porque não consegue aprender na escola. O cursinho aproveita essa miséria educacional para lucrar com isso.
Se a escola tem um índice grande de reprovação, ela é taxada de escola de péssima qualidade. Mas ninguém procura saber se os alunos estudaram realmente. Quando um professor cobra demais ele é o pior professor da escola. E ninguém vê que isso é uma forma de forçar o aluno a estudar. A reprovação ocorre por conta do aluno mesmo, que acredita que mesmo que não estude pode ser aprovado.

fonte: gazeta do oeste

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