Interditado desde setembro do ano passado por problemas estruturais, o Centro de Atenção Integrada à Criança (CAIC) do bairro Belo Horizonte deve voltar a funcionar somente no próximo ano, conforme assegurou a Secretaria Estadual de Educação. Com as atividades da escola transferidas para o prédio do Ambulatório José Pereira Lima, no Alto da Conceição, quase metade dos 480 alunos matriculados no estabelecimento abandonaram a sala de aula. Uma situação complicada com danos de difícil reversão.
Os estudantes que moram no bairro Belo Horizonte ou áreas próximas reclamavam da distância entre suas casas e a nova escola. Aliado a outros problemas tão comuns em turmas de ensino fundamental, médio e jovens e adultos (EJA) de escolas públicas, o problema foi decisivo no abandono da escola por parte dos jovens.
O diretor do Caic do Belo Horizonte, José Pereira Diniz, disse que os serviços emergenciais - necessários à liberação das atividades da escola - foram iniciados, mas pararam por falta de dinheiro. "Hoje (ontem) representantes da Secretaria de Educação estiveram no Caic e garantiram que em 90 dias as obras serão retomadas", explicou. Mas o retorno das atividades no prédio, somente no próximo ano.
De acordo com o diretor, a transferência das aulas para o prédio, no Alto da Conceição, deixou alunos insatisfeitos. "Infelizmente perdemos perto de 50% dos nossos alunos. Uma coisa difícil de reverter", explicou.
A reforma completa do prédio deve consumir mais de R$ 400 mil, mas não há previsão de quando o serviço será autorizado.
A interdição da estrutura do Caic do Belo Horizonte aconteceu após representantes do Ministério Público Estadual vistoriarem o prédio e detectarem problemas nas instalações físicas e elétricas do estabelecimento. O Corpo de Bombeiros esteve no local e atestou a situação de risco.
"Os bombeiros verificaram problemas estruturais e disseram que o funcionamento no local, podia levar risco a estudantes e funcionários", comentou José Pereira Diniz, diretor do estabelecimento.
Vistoria recente manteve interdição da estrutura
Vistoria realizada em março deste ano pelo Corpo de Bombeiros manteve a interdição do prédio do Caic do Abolição. De acordo com o relatório de vistoria técnica Nº 05/11, as informações apontadas no documento mostram que reparos feitos na estrutura não foram suficientes para oferecer segurança a estudantes e funcionários.
Nas instalações de incêndio, o sistema de hidrantes não funciona, não há bombas de incêndio, mangueiras, chaves de mangueira, além de esguichos danificados. Falta de sinalização de emergência nas rotas de fuga e áreas de risco também foi um dos problemas apontados.
O material que aponta as falhas revela a situação de abandono do Caic. Com estruturas físicas antigas, partes como a cobertura e a área elétrica apresentam grandes riscos de vida a quem estiver no local. "É uma situação complicada", comenta o diretor da unidade.
No parecer do relatório, o Corpo de Bombeiros atesta que "considerando a atual situação das instalações da instituição, onde a reforma não contemplou todas as exigências do relatório anterior, a interdição da ocupação deve permanecer", diz o documento.
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