Os médicos do Sistema Único de Saúde (SUS) de todo o país estão promovendo hoje uma paralisação nacional para chamar atenção das autoridades, e principalmente, da população para os problemas enfrentados pela saúde pública no Brasil.
Aqui em Mossoró, a classe médica encabeçada pelo Sindicado dos Médicos do Rio Grande do Norte (SINMED), com o apoio da Associação Médica de Mossoró (AMM) e do Conselho Regional de Medicina (CRM), participará da mobilização nacional da categoria, com a realização de manifestações nos principais hospitais públicos e programação da sede da AMM.
Além de protestarem contra as péssimas condições da saúde pública oferecidas aos brasileiros, os médicos também protestam por melhores condições de trabalho e salários.
Segundo o otorrinolaringologista, Walter Júnior, diretor do Sinmed em Mossoró, aqui na cidade os médicos também querem chamar atenção para a necessidade de revisão do plano de cargos e salários praticados tanto pelo governo estadual, quanto no âmbito municipal. Segundo o médico, atualmente os planos não são atraentes para os profissionais, o que tem provocado dificuldades na reposição do quadro de médicos impedindo a organização das tabelas de plantões.
"O que podemos perceber hoje é que os médicos que atuam no serviço público já passaram da metade do plano de cargos, muitos estão prestes a se aposentar, e os profissionais que estão iniciando a carreira não têm interesse de ingressar no serviço público pela falta de atrativos", comenta.
Um exemplo da dificuldade encontrada para organizar a tabela de plantões aqui na cidade é a situação em que se encontra a otorrinolaringologia, como explica o especialista, Walter Júnior. De acordo com o médico, Mossoró conta com apenas dois profissionais dessa especialidade para cobrir toda a escala de plantões do estado. No entanto, um dos profissionais está se aposentando.
"Como é que apenas um profissional irá cobrir os plantões durante os trinta dias?", questiona.
Apenas os procedimentos eletivos, ou seja, aqueles que são agendados, como a parte ambulatorial, exames e cirurgias, deixarão de ser realizados, já que os serviços de urgência e emergência não podem parar. Com o objetivo de conscientizar a população, os profissionais promoverão manifestações nas principais unidades de saúde pública de Mossoró.
Atualmente, cerca de 2.500 médicos compõem o quadro de servidores do estado. O presidente do Sinmed, Geraldo Ferreira, informa que todos apóiam o movimento, no entanto muitos terão que trabalhar para cobrir os plantões das urgências e emergências.
Fonte: Jornal de Fato
Nenhum comentário:
Postar um comentário