terça-feira, 30 de agosto de 2011

Governo pede ilegalidade da greve e Justiça deve se pronunciar até sexta

O Governo do Estado encaminhou ontem ao Tribunal de Justiça o pedido de ilegalidade da greve dos professores da Universidade do Estado do Rio Grande do Norte (UERN), que já ultrapassa os 90 dias. A justificativa de Anselmo Carvalho, titular da Secretaria de Estado da Administração e Recursos Humanos (SEARH), é que houve uma rejeição da categoria à proposta apresentada pelo Governo.

Depois de várias rodadas de negociações, tanto a Administração quanto a Associação dos Docentes da UERN (ADUERN) chegaram ao consenso do reajuste de 23% escalonado até 2014. Mesmo assim, o entendimento ainda não sinaliza a interrupção do movimento paredista. Isso porque a categoria ponderou que, para retornar as atividades com o parcelamento da proposta, o Governo deveria pagar 14% em abril de 2012, o descontingenciamento do orçamento da Uern e o atendimento à pauta dos estudantes.
Porém, o Estado insiste no pagamento de 10,65%. A incompatibilidade no entendimento é porque a Aduern quer que a quitação das parcelas seja acrescida da variação da inflação. Hoje, os professores voltam a se reunir em assembleia para discutir o movimento. De acordo com o procurador-geral do Estado, Miguel Josino Neto, a decisão da Justiça deve ser emitida até sexta-feira, 29.
Carvalho antecipa que antes do pedido, o Governo sempre esteve disposto ao diálogo, porém, "mesmo toda a situação do Governo sendo claramente exposta, o sindicato resiste em entender. Se houve uma rejeição a uma proposta que eles mesmos nos apresentaram, acredito que a competência para resolver o impasse é da Justiça", argumenta.
Em nota, a Aduern rebateu a reportagem publicada pelo JORNAL DE FATO no último sábado, 27, na qual Anselmo atribuía motivação política ao movimento paredista. A categoria explica que o movimento é suprapartidário e as decisões são deliberadas em assembleia, independente da filiação partidária dos professores. Eles descrevem o retardamento do Estado em apresentar uma proposta aos professores e ainda ilustra as conquistas dos Governos anteriores como argumento da independência partidária.

Greve nas IES federais também chega aos três meses

A greve dos servidores técnico-administrativos das universidades brasileiras também chega ao terceiro mês, sem muito avanço na negociação entre a categoria e o Governo Federal.
As negociações com o Ministério do Planejamento têm ocorrido por intermédio das Centrais Sindicais que já realizaram duas reuniões com esse fim. A última, sem avanços, encerrou a promessa de que o governo convocaria nova reunião para apresentar uma contraproposta às reivindicações da categoria.
Na Universidade Federal Rural do Semi-Árido (UFERSA), será realizada uma atividade de greve, nessa quarta-feira (31), logo no começo da manhã. Para endossar o movimento, o Sindicato da Universidade Federal do RN (UFRN) irá encaminhar uma caravana de servidores para "engrossar" as manifestações. 
Já os professores da Ufersa também devem iniciar uma greve, visto que na semana passada a categoria aprovou o indicativo para o próximo dia 1º. A principal reivindicação da categoria é o reajuste salarial dos professores, acrescido da realização de novos concursos para servidores e professores nas Universidades Federais.

Fonte: Jornal de Fato

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