sexta-feira, 1 de julho de 2011

"Paralisações são justas", defende cientista político

O cientista político e professor da UFRN Homero Costa defende os movimentos grevistas em curso no Estado, mesmo que representem prejuízos aos estudantes da rede pública ou às investigações criminais, como é o caso, respectivamente, das paralisações dos professores e policiais civis. "Qualquer greve tem custos políticos e sociais. Se o argumento usado para minimizá-la for o prejuízo causado à população, jamais vai haver greves. Elas são justas porque fazem parte das lutas das categorias e cabe ao governo negociar para evitar maiores prejuízos à população", analisou.

Situação das campanhasTributação: Os técnicos, que estão em greve há 25 dias, acertaram com a secretaria da área que serviços como captura de notas fiscais funcionariam em cerca de 30%. Já na arrecadação, por exemplo, os efeitos da paralisação não atingem grandes proporções, pelo menos até agora. A greve foi iniciada no dia 21 de maio e interrompida, a pedido do Governo, sete dias depois. "O Governo pediu para que fechássemos a arrecadação de maio, garantindo cumprir o nosso plano de carreiras no começo de junho. Como a promessa não foi cumprida, voltamos à greve no dia 7 de junho", explicou o diretor do sindicato dos técnicos em tributação (Sintarn), João Luiz Pereira Pinto. A greve na SET já conta com adesão de cerca de 400 servidores.Emater: Os servidores do escritório central ameaçam aderir à greve, que já dura 36 dias e conta com 65% de adesão no interior do Estado, cerca de 120 servidores. O principal serviço prejudicado são os recursos oriundos do programa Compra Direta. O Sindicato da Administração Indireta (Sinai) estima que cerca de R$ 5 milhões provenientes do Governo Federal para incentivar a agricultura familiar e fornecer merenda para escolas públicas estejam sem poder serem sacados do Banco do Brasil. "O governo mostra desprezo, desqualificação e desrespeito até à Assembleia Legislativa. Essa semana o secretário Paulo de Tarso (Casa Civil) foi à AL e aceitou a mediação dos deputados com os servidores. Ontem, ele disse que apresentaria uma proposta de entendimento global às categorias em greve, mas que a greve teria que ser encerrada. Ou seja, que governo é esse que diz hoje uma coisa e amanhã diz outra?", questionou Santino Arruda, presidente do Sinai.Fundação José Augusto: A adesão chega a 90%. O principal prejuízo diz respeito aos programas culturais. A Orquestra Sinfônica, por exemplo, e o Coral Canto do Povo, que se apresenta em escolas, não fazem apresentações há um mês. O setor administrativo da Fundação José Augusto também só funciona parcialmente, com exceção dos recursos humanos e da tesouraria. "O Fortedos Reis Magos, mantido pela FJA, tem apenas o coordenador e dois ou três funcionários atuando, e o Teatro Alberto Maranhão está funcionando precariamente, com a prestação de serviços de artistas que se apresentam por lá", afirmou Santino Arruda.Detran:O principal setor prejudicado é o de abertura de processos, quando começa tramitação para registro de carros novos e usados, emplacamento e vistorias. "De 30% dos serviços que estão funcionando, já estão incluídos os cargos comissionados e funcionários terceirizados. Inclusive muitos com desvios de função. Situação que, inclusive, será investigada pelo Ministério Público", disse Santino Arruda, do Sinai. A adesão à greve no Departamento Estadual de Trânsito, que já dura 38 dias, chega a 70% dos servidores efetivos.

Fonte: Diário de Natal 

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