quinta-feira, 7 de julho de 2011

Estudantes resistem e continuam acampados na Dired

Os estudantes afirmam que só deixam o espaço com uma proposta formal do Governo do Estado; documento é aguardado para hoje.

Pela manhã receberam apoio de diversas entidades que participaram do Dia Nacional de Mobilização da Central Única dos Trabalhadores (CUT). À tarde, os oficiais de Justiça escoltados por três viaturas da Polícia Militar chegaram ao prédio da 12ª Dired. Em pouco tempo vários professores e a própria população se aglomerou em torno do prédio.
Os educadores manifestaram preocupação com a integridade física dos estudantes. “O que nós não queremos é que a polícia use de força para tirar os estudantes e é isso que queremos evitar”, ressaltou Flaubert Torquato, presidente da Aduern. 
Os policiais se posicionaram em frente ao prédio aguardando apenas uma ordem dos oficiais de Justiça. A imagem intimidava, mas não houve nenhum tipo de agressão. Os representantes do judiciário conversaram com alguns estudantes que, ansiosos, cantavam hinos do grupo e gritavam palavras de ordem no interior da Dired.
Com os rostos e corpos pintados eles diziam: “Polícia é pra ladrão; pra estudante, educação”. Os estudantes afirmam que só deixam o espaço com uma proposta formal do Governo do Estado. Um dos estudantes se acorrentou em um dos portões do prédio. 
Na terça-feira passada, o advogado do Comem, Lindocastro Nogueira, teve uma conversa por telefone com o procurador-geral do Estado, Miguel Josino. O representante do governo prometeu que seriam cumpridas quatro reivindicações dos estudantes, porém nenhum documento foi preparado para tranquilizar os manifestantes.
Na tarde de ontem, Miguel Josino informou que mandaria para o advogado do grupo um e-mail oficializando as propostas e demonstrando o interesse de receber uma comissão para negociar com data e local ainda indefinido.
O documento não chegou e acabou motivando o grupo para lutar contra a desocupação. “Eles podem ficar tranquilos que serão recebidos por mim na próxima semana, em Natal. Esperamos que haja maturidade do movimento e que tudo seja dentro da ordem”, ressaltou o procurador.
“Hoje [ontem] de manhã nós mandamos uma resposta pro procurador dizendo que não íamos desocupar o prédio sem ter propostas oficiais para nossas reivindicações. Exigimos também que em vez da ordem judicial, fosse feita uma audiência de conciliação para os dois lados conversarem. Essa sempre foi a nossa intenção, mas o governo nunca quis negociar”, revela o estudante Luiz Luz.
Ao fim de muita negociação envolvendo os estudantes, o presidente da Aduern, Flaubert Torquato, o advogado do Comem e os oficiais de Justiça, em contato telefônico com o procurador-adjunto do Governo do Estado, José Marcelo, adiaram para hoje a ordem de desocupação do prédio. Na noite de ontem, o grupo recebeu o apoio de manifestantes do movimento #ForaMicarla, de Natal.

Fonte: Gazeta do Oeste

Nenhum comentário:

Postar um comentário