quinta-feira, 24 de novembro de 2011

Escola estadual ganha prêmio de melhor gestão

Escola Antonio Carlos tem 102 anos de atividades, e foi a primeira escola da cidade.


CARAÚBAS - Educação não se faz sozinha, mas em equipe. Foi assim que a Escola Estadual Antônio Carlos, em Caraúbas, ganhou o prêmio de Gestão Escolar 2010. O resultado só saiu recentemente. Com 102 anos, a instituição tem hoje 638 alunos, divididos entre ensino fundamental e Educação de Jovens e Adultos (EJA). Quanto aos professores, todos os 38 lotados na instituição têm nível superior. Mas isso não bastou para a conquista do prêmio inédito para a escola. "Acredito que foram os projetos, bastante ousados, e o envolvimento de pais, professores, funcionários e alunos. Isso fez a gente botar em prática os nossos projetos", diz a diretora Luzinete Jerônimo Fernandes, que está no cargo há dois anos, mas há 27 na mesma escola. Para se ter uma ideia, o Índice de Avaliação da Educação (IDEB) da instituição é 4,2, acima da média da educação potiguar, que é de 3,6. 
De acordo com dados da secretaria escolar, a taxa de abandono é de apenas 2%, um número muito baixo. Já a taxa de aprovação chega a 80%, e apenas 18% de reprovação. A diretora diz que em relação a outras escolas, lá é bem tranquilo, pois não tem violência entre os estudantes nem problemas com drogas, situação muito comum nas escolas brasileiras atualmente. "Nossa escola é conhecida na cidade, e muito procurada justamente por não ter problemas", ressalta. 
A diretora foi eleita pelo voto da comunidade escolar, e pelo jeito vem agradando a todos, pois conseguiu uma grande conquista. "Nós temos uma gestão democrática. Só conseguimos trabalhar se estiverem todos juntos. Todo projeto que vamos desenvolver tem a participação dos professores e de funcionários", diz a diretora, que ressalta o planejamento feito semanalmente, durante as reuniões de professores. "Isso é o resultado de um trabalho que envolve todos que contribuem com a educação pública", disse. 
Como prêmio pela melhor gestão, a escola ganhou um valor em dinheiro (R$ 6 mil) para investimento na instituição, e a diretora ganhou uma viagem de intercâmbio para os Estados Unidos. "A experiência foi muito boa, pois me fez avaliar meu trabalho, me sentir valorizada, me fez ver que a educação pública tem jeito, é só a gente querer. A gente tem que amor e valorizar", reflete.

Programas e projetos ajudam na aprendizagem 

Entre os projetos e atividades que a escola oferece, estão: Programa de prevenção e combate ao uso de drogas (PROERD), programa Alfa e Beto, Mediadores da leitura, projetos sobre meio ambiente, aulas de campo, informática, Mais Educação, leitura, banda de música, entre outros.
A escola conta também com assessoria de estudantes da Universidade Federal Rural do Semi-Árido (UFERSA), que orientam professores e estudantes em relação ao uso do computador.
A participação da família também faz parte das atividades da escola. Segundo a diretora Luzinete Jerônimo, durante as atividades de leitura, os avós que já estudaram na instituição vêm à escola contar histórias para as crianças. Além de levá-las à praça para ler.

Salas de aula têm talentosos, estudiosos e até mestres
Quem entra na escola se encanta com a organização. Paredes limpas, pintadas, salas organizadas, os corredores sem papel no chão, muita organização. Para começar, as carteiras não são dispostas como de costume, uma atrás da outra, mas em grupos de quatro, o que, segundo a professora Ana Lúcia, ajuda muito as crianças que têm mais dificuldade.
Além disso, as salas de aulas não são numeradas, como na maioria das escolas. Elas têm nomes que incentivam seus "inquilinos": sala dos estudiosos, sala dos competentes, sala dos mestres, sala dos talentosos...
São detalhes assim que motivam os estudantes a querer estar na escola e a cuidar. 
Fora isso, é feito regularmente um trabalho com os estudantes para que não depredem a instituição, conservem o prédio, reciclem o lixo e cuidem do meio ambiente.
A participação da família também é constante na escola, segundo a diretora, principalmente do 1º ao 5º ano. 

Atividade de leitura em sala é incentivada pelos professores
Na Escola Estadual Antônio Carlos, o trabalho com a leitura é muito presente. Frequentemente os professores apresentam livros para as crianças. "Toda semana tem livro para ler", diz a professora Ana Lúcia, que leciona para uma turma do 1º ano. Ela trabalha há 21 anos na escola.
A professora diz que é bem melhor reunir as crianças em grupo, pois os que têm melhor aprendizagem conseguem passar para os que têm mais dificuldade.
Segundo ela, das 29 crianças da sala, apenas 5 não conseguem ler; 16 leem com fluência. Cada criança pega 5 livros para ler por semana. Durante as atividades, as crianças são instigadas a ler com fluência, sendo calculado o tempo em que elas leem palavras e até frases. "Elas conseguem ler um minilivro em 1 minuto já no 1º ano", ressalta a professora.

Problemas estruturais podem comprometer desempenho Embora a Escola Antônio Carlos tenha todos esses projetos e atividades desenvolvidos, também tem problemas. 
De acordo com a diretora, a estrutura da escola não tem ajudado muito, pois não tem espaço para os alunos praticarem atividades físicas, como um pátio ou uma quadra esportiva. "São dois grandes problemas que nós temos: a falta de uma quadra e os nossos professores que precisam ter mais de um vínculo. Se fossem exclusivos da escola teríamos um trabalho bem melhor", diz Luzinete.
Como não tem quadra, os alunos treinam em quadras emprestadas de outras escolas ou na praça. A escola conseguiu que uma academia particular que fica próxima cedesse o espaço para que o grupo de dança ensaiasse. "Temos muitos atletas, mas não temos espaço", lamenta a diretora.



Fonte: Gazeta do Oeste

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