terça-feira, 23 de agosto de 2011

Estado deve entrar com pedido de ilegalidade da greve da UERN


Após publicar uma nota sobre a greve da Universidade do Estado do Rio Grande do Norte (UERN), no domingo passado, 21, o Governo do Estado deve entrar com pedido de ilegalidade do movimento junto à Justiça o mais rápido possível.
Embora os representes do governo não apresentem afinação no discurso, a intenção é pressionar os grevistas a voltar ao trabalho por força da justiça. Ontem, a greve da Uern ganhou repercussão nacional através das mídias sociais.
Com relação ao pedido de ilegalidade, a informação não foi confirmada pelo procurador-geral do Estado, Miguel Josino, que, ao ser questionado, por telefone, se havia intenção de entrar com o pedido, afirmou que o governo estava esperando uma contraproposta dos professores.
Ao ser informado de que essa contraproposta já havia sido elaborada e entregue desde a semana passada, ele pediu um prazo de uma hora para responder a questão. Passado o período, a reportagem da GAZETA DO OESTE voltou a entrar em contato, mas o procurador não atendeu ao telefone.
Abordado sobre o mesmo assunto, no entanto, o secretário de Administração e Recursos Humanos do RN, Anselmo de Carvalho, afirmou: “A procuradoria do Estado está tratando disso”. Segundo ele, o pedido de ilegalidade da greve está sendo elaborado e ele espera que até hoje o mesmo seja protocolado.
Governo e docentes não chegaram a um consenso e o movimento paredista completa 84 dias. Com relação à última proposta encaminhada pelos professores, Anselmo de Carvalho afirma:
“Ela é, juridicamente, difícil de ser aceita, porque a Lei de Responsabilidade Fiscal diz que qualquer medida tem que ter seu impacto calculado”. Segundo ele, do jeito que a proposta foi formulada não há como saber quanto o índice vai custar.
De acordo com Anselmo de Carvalho, o governo só negocia agora quando a greve for finalizada. “Voltando, a gente tem todo o tempo para conversar”, menciona, acrescentando que o governo já mostrou a situação do Estado à categoria.
O vice-presidente da Associação dos Docentes da Uern (ADUERN), professor Neto Vale, considera que a proposta encaminhada pela categoria é sensata.
Segundo a proposta, a categoria aceita os prazos e os índices de reajustes indicados pelo governo, desde que aos percentuais sugeridos sejam acrescidos a variação da inflação acumulada no período. O professor comenta que o aumento solicitado será compensado para o Estado de acordo com a inflação.
Na tarde de ontem, os professores ainda não tinham conhecimento da intenção do governo de entrar com pedido de ilegalidade do movimento e se mantinham confiantes nas negociações.
Neto Vale chegou a comentar que a categoria continua acreditando no diálogo e que os professores querem chegar ao final da greve, porém, com um resultado positivo. “A universidade do jeito que está não tem condições de funcionar”, diz Neto Vale.
Com relação à emissão da nota, o presidente da Associação dos Docentes da Uern (ADUERN), Flaubert Torquato, afirma: “É uma opinião do governo. Do nosso ponto de vista, demonstra a ignorância do governo em relação à greve”.
Para ele, a nota é uma inverdade, pois o sindicalista afirma que a categoria não recusou a proposta do governo, ela aproveitou para solicitar reajuste, relativo às perdas salariais, com base na inflação acumulada no período. “A gente acha que foi injusto dizer que a gente não aceitou”, comenta.
Ele aconselha a Procuradoria a consultar o que a legislação diz em relação à autonomia da universidade e diz que a categoria vai aguardar os próximos passos do governo.
“Vamos conhecer os motivos alegados pelo governo para a gente se pronunciar”, comenta Flaubert Torquato, ante a possibilidade de pedido da legalidade da greve. “Se isso ocorrer, não é nenhuma surpresa para a gente. Já adotou essa medida truculenta com o Sinte”, acrescenta.

GREVE DA UERN CHEGA AOS TT’s NO TWITTER
A greve da Uern tem causado indignação. A revolta é tanta que há quem chegue a realizar pichações em muros da cidade relatando a situação da instituição. Mas ontem, em uma mobilização a paralisação, que já alcançou repercussão em todo o estado em virtude das ações realizadas pelos comandos de greve dos segmentos que aderiam à paralisação, foi destaque também na internet e se tornou notícia em nível nacional ao ficar no topo entre os assuntos mais comentados do país (Trending Topics – TT’s) no microblog Twitter.

Fonte: Gazeta do Oeste

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