terça-feira, 24 de maio de 2011

Governo pode virar refém de servidores

O Governo Rosalba Ciarlini vive sua primeira grande crise. Nada a ver com os sucessivos escândalos de corrupção que, vez ou outra, abalam dos alicerces da República. E republiquetas.
Não. O problema é de ordem administrativo-financeiro. O governo atual afirma não ter orçamento para atender os pleitos de catorze categorias, muitas delas em greve.
Categorias como as dos policiais civis, professores e médicos, entre outras, acenderam o rastilho de pólvora de uma guerra entre servidores e o governo. Ainda não sabemos o resultado dela. Amanhã (25), os grevistas vão realizar uma marcha partindo do Machadinho em direção à Governadoria.
Diante dos últimos acontecimentos envolvendo policiais militares e policiais civis em greve, recomenda-se cautela e aguarda-se uma manifestação ordeira.
Havia tempo que eu não assistia um movimento generalizado de greves em governos. Lembro-me das greves gerais do tempo da inflação e de outras no Distrito federal, mas não me recordo de movimentos tão intensos no Rio Grande do Norte. Este que a governadora Rosalba Ciarlini enfrenta aos cinco meses de gestão tem a força de provocar estragos consideráveis. 
Por enquanto, a ordem é não atender categorias em greve e de maneira isolada, como tem externado o secretário-chefe da Casa Civil, Paulo de Tarso Fernandes, que assumiu o papel de porta-voz informal da governadora.
Trata-se de um posicionamento duro do governo. Mas eu não acredito que prevaleça até o final da crise. O governo terá de ceder de uma forma ou de outra, negociando no atacado ou no varejo.
A depender do resultado das negociações, este governo poderá ficar refém das categorias em greve, porque o sucesso ou fracasso de hoje poderá servir de modelo para futuras campanhas reivindicatórias.
Paulo de Tarso Fernandes, em nome do governo, mantém o discurso da herança maldita, que não deixa de ser verdade. Em parte.
O atual governo herdou vários planos de cargos e salários das gestões anteriores - de Wilma de Faria e de Iberê Ferreira.
Os planos de carreiras são conquistas das categorias que levaram anos. Mas questiona-se hoje a capacidade de o Estado saldar os compromissos assumidos por outros gestores e aprovados pela Assembleia Legislativa.
Na crítica que faz aos governo anteriores, Paulo de Tarso deixa mal o vice-governador e ex-presidente da Assembleia Legislativa, Robinson Faria, que deu aval a todas as votações que beneficiaram os servidores, e a si próprio, pois o atual chefe da Casa Civil era assessor jurídico da Assembleia Legislativa na época das aprovações e não fez reparos ou contestações.
Os servidores têm total razão em cobrar o que lhes é devido. E, pelo jeito, o governo tem a obrigação de atendê-los, respeitando, claro, os limites impostos pela lei.
Eis um grande abacaxi para descascar!



Fonte: http://www.nominuto.com/blog/blog-do-diogenes/

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