domingo, 16 de agosto de 2015

Estudantes contam experiências vividas com estudos em Londres


Na semana em que se comemorou o Dia do Estudante, três alunos de escolas públicas estaduais de Mossoró comemoram a data com uma bagagem de conhecimentos vinda de Londres, na Inglaterra. Os três, acompanhados de uma professora, estiveram durante 15 dias representando suas escolas através de projetos científicos no London International Youth Science Forum, uma das maiores feiras de ciências do mundo, que aconteceu lá entre os dias 22 de julho e 5 de agosto.
Caio Mateus da Silva, de 17 anos, apresentou um projeto de utilizar a folha no nim como carrapaticida, que defendeu através da Escola Estadual Moreira Dias. Bárbara Amorim, de 16 anos, é aluna do 3° ano da Escola Estadual Aída Ramalho Cortez Pereira, e seu projeto tratou da fabricação de blocos de concreto, feitos com a reutilização dos sacos do cimento. O projeto de Nayonara Yasmim, de 18 anos, da Escola Estadual Professor Abel Freire Coelho, tratou de dois diferentes tipos de biodiesel, fabricados com gordura bovina e suína.
A professora de Biologia e atual vice-diretora da Escola Moreira Dias, Giany Pedrosa, acompanhou os alunos a Londres e falou da expectativa dos estudantes antes de embarcarem para Londres como um sonho que eles achavam que estava além de tudo o que eles esperavam. “Alunos de escolas públicas de Mossoró, no interior do Rio Grande do Norte, que desenvolvem pesquisas que ganham destaque através do próprio esforço deles, de início sem muitas expectativas, sem grandes pretensões. Mas que por esse esforço esplendoroso deles o projeto cresce, e ganha proporções nacionais e até internacionais”, relatou a professora.
A experiência de passar 15 dias em outro continente, viver outras culturas, conhecimentos, quatro horas de fuso horário de diferença e, segundo eles a dificuldade de se alimentarem com tanta comida industrializada foram, para os estudantes, não só uma experiência estudantil, mas de vida. “Para mim, a maior dificuldade foi o idioma. Começamos a nos interessar pelo Inglês para poder passar na prova e ir para Londres”, disse Bárbara Amorim. “Eles já falam desde sempre, rápido e fluente, tivemos muita dificuldade em acompanhar”, destacou Caio Mateus.
Sobre a experiência escolar, eles relataram que a partir da vivência com o mundo da ciência, mudaram de ideia sobre o que pensavam sobre profissões. “Antes de ir para Londres eu pensava em cursar Direito, agora já penso em Biomedicina”, destacou Bárbara. Caio relatou que pensava em cursar Ciências Contábeis antes, mas que agora já pensa em outros cursos na área das pesquisas científicas.
“Eles estão começando agora e de maneira fantástica, tendo como ponto de partida um fórum internacional na Europa. Tanto do ponto de vista da Educação, quanto da ciência, está sendo uma coisa tão intensa que mexeu com a ideia de futuro acadêmico que eles tinham. Uma experiência dessas altera a maneira de ver as coisas, de pensar, de agir. Fez a diferença na escola e na vida, sem dúvida”, afirmou Giany Pedrosa.
Nayonara Yasmim já vinha de uma maratona de feiras de ciências. Há três anos ela vive ativamente os projetos científicos, sendo que este foi o primeiro a receber premiações. “Eu nunca tinha ganhado nada, essa foi a primeira vez e valeu muito a pena não ter desistido”, destacou.
Os três afirmaram que tentarão passar a experiência para que outros estudantes possam viver momentos semelhantes. “O que importa é você ir para a escola e fazer o seu papel como estudante. Não se apegar em uma cadeira que está quebrada, uma parede riscada, não culpar os governos, mas fazer a sua parte, estudar, participar dos projetos da escola e buscar através dos seus esforços”, disse Bárbara Amorim.
ETAPAS
Os projetos foram apresentados em Londres através de vídeos feitos com os demais integrantes dos grupos que participaram tanto da Feira do Semiárido, em novembro do ano passado, quanto da Feira Brasileira de Ciências e Engenharia (FEBRACE), em São Paulo, março deste ano.
Para chegar até lá os projetos foram primeiro apresentados na escola e selecionados para participar da Feira de Ciências da 12ª Diretoria Regional de Educação (12ª DIRED), em nível de Estado. Os projetos aprovados foram apresentados na Feira do Semiárido Potiguar, na Universidade Federal Rural do Semi-Árido (UFERSA), daí os projetos ganharam premiação que os levaram para a Febrace e para o London International Youth Science Forum.
Créditos: Gazeta do Oeste

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