segunda-feira, 6 de agosto de 2012

8ª Feira do Livro em Mossoró


Em sua oitava edição, a Feira do Livro de Mossoró, que acontece de 8 a 12 deste mês, trará algumas novidades. A primeira delas, segundo o organizador do evento, jornalista Rilder Medeiros, é a mudança de lugar. Nos anos anteriores, o evento acontecia na Estação das Artes Elizeu Ventania e lá enfrentava alguns problemas, principalmente com as chuvas de agosto. Agora, no Expocenter, ao lado da Ufersa, a iniciativa promete uma melhor estrutura para os estandes e expositores. "Avaliamos que o espaço seria mais seguro e confortável para todos os envolvidos na Feira do Livro, desde os expositores aos visitantes. Uma área de mais de 2 mil m², climatização garantida e muito espaço para as pessoas circularem com tranquilidade para visitação e participarem da programação", declara Rilder Medeiros.


A estimativa é de que cerca de 60 mil pessoas visitem o evento. "Com a consolidação da Feira do Livro no calendário cultural de Mossoró, nossa expectativa de público só aumenta. E serão cinco dias de programação cultural e literária, o que possibilitará, acreditamos, que cerca de 60 mil pessoas passem pelo lugar", declara, frisando que não existe segredo para o sucesso de eventos literários. "Para um evento como a Feira do Livro de Mossoró ganhar ainda mais amplitude só tem um caminho: patrocínio e investimento. Para se ter uma ideia, a Flip, em Parati, um evento consagrado nacionalmente, recebe um investimento na casa dos R$ 7 milhões - pelo menos 20 vezes o orçamento da Feira de Mossoró. Um detalhe é que lá o público tem que comprar ingresso para participar das atividades culturais e assistir as mesas com os autores", diz.



Segundo ele, na Feira do Livro de Mossoró são mais de 100 horas de programação cultural totalmente gratuita, num ambiente climatizado e seguro. "Isso só é possível com a existência do patrocínio público ou privado. Conseguir patrocínio é sempre o nosso maior desafio. Neste ano, a Cosern, do Grupo Neoenergia, está patrocinando metade do valor total orçado para o evento na Lei Câmara Cascudo de incentivo cultural do Governo do Estado", fala, ressaltando que o evento só está sendo realizado neste ano porque foi aprovado em dois dos mais importantes editais de patrocínio cultural do Brasil: o do BNDES e BNB e no do Circuito Nacional de Feira de Livros, da Fundação Biblioteca Nacional e Ministério da Cultura. "Para viabilizar a Feira do Livro de Mossoró temos que contar com vários outros apoios como os veículos de comunicação, que divulgam e se integram ao evento, e instituições como o Sebrae, a Fundação José Augusto e o Hotel VillaOeste", comenta. "A promoção da Feira do Livro de Mossoró, que hoje integra o Circuito Potiguar do Livro e o Circuito Nacional das Feiras de Livro, é, mais do que qualquer coisa, a realização de uma paixão pessoal. Como jornalistas profissionais, a palavra sempre foi nossa maior e principal ferramenta de trabalho. Somos contadores de histórias e, portanto, poder compartilhar com milhares de outras pessoas a experiência de um mergulho no maravilhoso mundo dos livros é algo que não tem preço", frisa.



Entre os programas de incentivo à aquisição de obras literárias, está mantido, de acordo com Rilder Medeiros, o Cheque-Livro, por parte da Prefeitura Municipal de Mossoró. "O Cheque-Livro está funcionando, sim. A Prefeitura de Mossoró manteve o programa adotado na primeira edição do evento, em 2005, e as escolas municipais terão disponível um valor acima de R$ 160 mil. Isso poderá ser revertido em material de leitura e formação. A escola, o professor e o aluno saem com um 'investimento' cultural do evento", salienta.



NOMES NACIONAIS
E VALORIZAÇÃO 
DO LOCAL
A Feira, que será aberta, oficialmente, na manhã da quarta, 8, terá nomes nacionais e valorização da maior participação de autores da cidade. "Nós contaremos com a participação do Humberto Gessinger, um cara que está no mundo da música, da literatura, do blog... ele hoje pode ser um exemplo de artista que trabalha com várias mídias/linguagens. Ficou muito tempo com a banda Engenheiros do Hawai, hoje está envolvido com o projeto musical Pouca Vogal, escreve em blog, publica livros com várias temáticas, promove shows através de twitcam, deve apresentar um papo descontraído que vai permear todos esses assuntos. O professor e músico mossoroense Robson Regis conduzirá o papo com o Humberto", diz.



Já na sexta-feira, a convidada é Márcia Tiburi, ela começará uma palestra às 19h, e falará sobre a relação da Filosofia e a Literatura. "Márcia é professora universitária, tem a formação em filosofia e artes, é colunista da Revista Cult, tem várias publicações também e garantirá uma discussão bem interessante", prevê Rilder.



Lira Neto, que também estará na Feira, é um jornalista que está envolvido com a pesquisa da vida e obra do Getúlio Vargas, e lançou recentemente o primeiro livro de uma série sobre o político. "Lira também tem outras biografias lançadas e deverá falar sobre o trabalho de pesquisa e produção dessas biografias, essa mescla de jornalismo e literatura vai regar a noite do sábado, dia 11. O jornalista Carlos Santos conduzirá esse papo com Lira", complementa.



Mas os autores locais não ficarão de fora. "Em todas as feiras realizadas pelo Circuito Potiguar do Livro existe a meta de contemplar, pelo menos, 50% das ações culturais com artistas locais. É uma forma de apresentar e valorizar a produção literária local e os seus artistas. Possibilitar o intercâmbio e a troca de experiência entre os artistas de fora e o público também é bem importante, mas conhecer artistas do próprio Rio Grande do Norte e de Estados vizinhos é muito mais necessário. Neste ano, a Feira do Livro de Mossoró está com mais de 70% de sua programação voltada para artistas locais e de Estados como Ceará e Paraíba. Tomar conhecimento que existem artistas aqui no NE produzindo arte para fora do País é muito bom e mostra o potencial dessas pessoas", diz.



Nesse sentido, recitais e mesas-redondas com poetas e escritores do Estado fazem parte da programação. "A ideia é essa mesma, tornar o evento cada vez mais poético e literário. Cada canto do evento pode ser uma reflexão para a literatura, nós teremos salas 'batizadas' com os nomes de Nelson Rodrigues e Jorge Amado, dois grandes nomes da literatura brasileira. Teremos mesas para debater a poesia, a música, a crônica, os quadrinhos, o universo da linguagem e da web para as crianças... quando mais diversidade temática, maior a possibilidade de formação e troca de conhecimento. Essa é uma proposta forte para o evento, poder melhorar a formação literária e crítica do cidadão. A poesia é uma janela para isso... que as metáforas literárias sirvam para melhorar a educação, e os poetas só ajudam nesse processo. Além de tudo isso, teremos a participação significativa dos jovens poetas de Mossoró que estarão integrando mesas de discussão e fazendo recitais de poesia durante o evento", comenta.



Rilder se sente feliz com a recepção à ideia da Feira. "Com oito edições realizadas e com o carinho que sempre fomos recebidos na cidade, a Feira do Livro já pode ser considerada como um patrimônio cultural de Mossoró. Como disse uma professora mossoroense, se em junho chove balas, em agosto chove livros no País de Mossoró", brinca.

Fonte: Gazeta do Oeste

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