De acordo com o comerciante Ubirajara Fernandes, mais conhecido como "Bira", as vendas reduziram bastante após a decretação da greve. "Estamos trabalhando com apenas 10% do faturamento, em relação ao período normal. Por sorte, ainda estão havendo as aulas de inglês e algumas aulas de mestrado, do contrário não teríamos cliente algum".
Ele ainda afirma que a greve atual tem prejudicado muito mais os comerciantes do que as paralisações anteriores. "Nas greves passadas, grande parte dos profissionais era contratada, desta forma, quando decretaram a greve, muitos deles continuaram trabalhando com medo de perder o emprego. Já neste ano grande parte dos grevistas é concursada, não fica ninguém no campus. A gente acaba ficando desmotivado com tanto prejuízo", relatou Bira.
Outro setor afetado pela greve é o das xérox. Segundo a comerciante Charlianny Florêncio, o número de clientes diminuiu tanto que está difícil até para pagar os funcionários. "A empresa é nova aqui, na instituição, portanto ainda não sabemos se vai afetar tanto quanto a greve anterior. E o pior é que não vemos outra alternativa para contornar a situação", revela.
A greve da Uern foi deflagrada no dia 3 de maio. De acordo com professores e alunos, a greve atual foi gerada pelo próprio governo, que não cumpriu uma proposta elaborada em setembro do ano passado.
A paralisação do ano passado foi a mais longa da história da Universidade e durou 106 dias. Na época, para encerrar a greve de 2011, os servidores aceitaram a proposta do governo de parcelar o reajuste de 27% em três anos, sendo a primeira parcela, de 10,65%, acordada para abril deste ano. Como o governo não pagou nem deu previsão, professores e técnicos deflagraram uma nova greve.
Desde então, o impasse sobre o cumprimento do acordo e as negociações se estendem. A paralisação deste ano, somada aos dias parados, representa 155 dias de greve contra apenas 134 de aulas, o que revela o prejuízo à comunidade acadêmica, aos comerciantes e à sociedade.
Na audiência pública realizada na última quinta-feira, na Assembleia Legislativa, ficou acertado que o governo e sindicalistas terão um novo encontro amanhã, 25. A esperança é que as negociações avancem e que o encontro tenha um resultado satisfatório.
Fonte: Jornal O Mossoroense
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