sexta-feira, 5 de agosto de 2011

Docentes vão ocupar Reitoria, mas Aduern ainda não divulga a data

Assim como haviam prometido, os professores, técnicos administrativos e alunos da Universidade do Estado do Rio Grande do Norte iniciaram um novo momento do movimento grevista. Ontem a noite, 4, durante a abertura da Feira do Bode, os grevistas realizaram um protesto pacífico em defesa dos interesses da Uern.

"Foi a nossa primeira ação depois do recebimento da resposta do governo e consideramos que surtiu o efeito desejado. Mesmo sem a presença da governadora, as categorias compareceram em grande número e, conseguiram mostrar para a sociedade que essa luta não é apenas nossa e sim de toda comunidade", analisou o presidente da Associação dos Docentes, Aduern, Flaubert Torquato. Novas ações estão sendo planejadas. Amanhã, 6, os professores irão acampar durante toda a manhã na Praça do Mercado Central. Uma ação que já foi votada em assembleia e pode acontecer a qualquer momento é a ocupação do prédio da reitoria, por parte dos grevistas. "O Comando de greve está atento e já prepara novas ações para os próximos dias. Amanhã estaremos na Praça do Mercado chamando a atenção da sociedade para essa problemática da nossa universidade e da posição radical e truculenta do governo, que ao invés de negociar com as categorias, cogita a possibilidade de entrar na justiça pedindo a ilegalidade da greve. Também estamos analisando o momento certo de ocuparmos o prédio da reitoria como forma de pressionar o governo a atender as nossas reivindicações", declara.Flaubert anuncia que está sendo organizado também um grande ato público em favor da universidade. "Iremos buscar todos os segmentos organizados da sociedade. Alunos e professores da rede estadual de ensino, sindicatos, associações. A cidade precisa mostrar para a governadora que não apóia esse comportamento dela. A data ainda está sendo definida e divulgada posteriormente", acrescentou.Sobre a possibilidade do governo do estado pedir na justiça a ilegalidade da greve dos professores da Uern, Flaubert Torquato questiona "Como é que o governo do estado quer pedir na justiça a ilegalidade da greve se a universidade tem autonomia administrativa e didática? Ela também quer ferir esses direitos? Ou vai passar por cima do reitor?", questiona e continua "Outras perguntas também precisam ser feitas a governadora Rosalba Ciarlini. Como é que ela quer declarar a greve dos professores ilegal, se os próprios alunos estão em greve. A gente vai voltar aos trabalhos para dar aula a quem, já que as reivindicações dos alunos também não foram aceitas?", enfatizou Flaubert.Ele informa ainda que o assessor jurídico da instituição já está em Natal averiguando a veracidade da informação e preparando as primeiras defesas, caso seja necessário. "Na verdade já esperávamos essa atitude do governo. Só demonstra a falta de respeito do governo do estado com a nossa categoria. Volto a afirmar que essa questão não é apenas administrativa e financeira, e sim política. Algo muito mais grave está por traz dessa ação da governadora Rosalba Ciarlini em não abrir diálogo conosco", denunciou.Enquanto a categoria alega disposição para negociar, Anselmo Carvalho foi incisivo ao afirmar que o Estado só volta a negociar com a categoria quando os professores voltarem à atividade. O secretário informa que a situação da greve da Uern já foi levada à Procuradoria Geral do Estado (PGE), que cogita a possibilidade de pedir, na Justiça, a ilegalidade do movimento paredista. De acordo com Miguel Josino Neto, titular da Procuradoria, o assunto será discutido mais detalhadamente neste final de semana. "Há limite para todos os direitos. A greve é um movimento que nasce justo, mas pode se tornar abusiva levando em consideração a postergação do tempo", diz Miguel Josino.

Fonte: Correio de tarde

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