domingo, 27 de março de 2011

A desvalorização do professor e resiliência de uns bravos


Dados do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), mostram que a educação básica brasileira (que inclui a educação infantil, a especial, o ensino fundamental, o médio e a educação de jovens e adultos - o EJA), em 2007 havia 2.500.554 profissionais atuando em sala de aula. No ano de 2009, esse valor baixou para 1.977.978. Em relação ao ano de 2010 ainda não se tem os números, mas com certeza caiu mais.

O que acontece? Já não se escolhe mais a profissão de professor como um dom, por amor. Ser professor hoje não é para todo mundo. Porque os problemas enfrentados pelos docentes são muitos, diríamos até inúmeros.
Isso explica as campanhas que o Ministério da Educação (MEC) tem veiculado na televisão. Propagandas que mostram o professor como alguém importante para construção de uma sociedade, de um país.
Fala-se até em extinção dessa classe. Não acredito nisso. O professor sempre vai existir. Claro que haverá mudanças, a sua função será outra, sua forma de ensinar será outra. Mas acabar, extinguir, isso não. 
Se não houver uma mudança de conscientização por parte da própria sociedade, cada vez mais o professor perderá sua autonomia em sala de aula. 
É uma tarefa para seres fortes, resilientes, que acredita que sua atuação poderá melhorar a sociedade.
Tenho visto colegas que estão completamente desestimulados, e por isso não se importam se seu aluno aprende ou não. O que é uma pena, porque nós podemos mostrar a esse aluno qual a nossa função.
Claro que hoje já não se dá aula apenas por amor. Precisamos nos manter. O salário e as condições de trabalho devem estar de acordo com as nossas necessidades. O mundo mudou. A sociedade mudou. Estão mais exigentes. Então, por que não podemos exigir melhorias também?
Por que o governos prioriza umas áreas e outras não? São coisas que a gente tenta entender mas não encontra uma resposta. Quem é mais importante: um médico ou um professor? Um policial ou um médico? Um vereador ou um professor? Talvez a resposta não seja referente a importância, mas a dignidade. O professor precisa restabelecer a dignidade que outrora tinha. E os governos precisam ver que o professor também é importante para uma cidade, Estado, país.

fonte: gazeta do oeste

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