quinta-feira, 16 de dezembro de 2010

Estados Unidos se preparam para derrota na guerra do Afeganistão

Como é que pode? A maior potência militar e econômica de toda a história da humanidade vai sair vergonhosamente derrotada do pobre e sofrido Afeganistão. Conta-se que durante a ocupação inglesa naquele país miserável, depois de estarem completamente desmoralizadas as tropas imperiais sofriam sua última derrota numa batalha onde todos os soldados ingleses, menos um, jaziam sobre o solo pedregoso. Cercado, ele quis se render, mas os soldados afegãos lhe disseram que não. Podia ir embora. Eles o tinham deixado vivo para que ele voltasse e contasse aos seus generais, ministros e rei que era impossível vencer a determinação daquele povo que jamais se renderia. Quando George Bush mandou invadir o Afeganistão sob a desculpa de desbaratar a Al Qaeda de Osama Bin Laden tive a firme certeza de que o império teria encontrado ali um novo Vietnã, apesar das precárias condições de vida e de combate daquele povo faminto e atrasado. Mas confesso que tive a minha convicção abalada quando vi o massacre tecnológico que garantiam de imediato uma superioridade bélica sem limites. O mesmo aconteceria pouco tempo depois no Iraque. De cara foram derrubados os talebãs do Mullah Omar e os Guerreiros de Allah, de Saddam Hussein. Os chefes de governo caíram sem o apoio das suas miseráveis tropas "de elite". O que os generais norte-americanos e europeus que foram ajudá-los não entenderam que não se tratava de uma rendição, mas de um recuo tático, parecido com a descoberta de Jigoro Kano, fundador do Judô que descobriu que os galhos mais finos de uma macieira cediam ao peso da neve, mas não se quebravam enquanto os mais fortes quebravam impiedosamente. O Mullah Omar e Saddam caíram. O Mullah desapareceu e Saddam, depois da estátua derrubada, também, mas este foi preso, humilhado como um rato de esgoto e depois, num julgamento fajuto feito por um governo títere foi enforcado em cenas grotescas que foram filmadas por um celular e projetadas para o mundo. Um duro contraste entre a tecnologia moderna do aparelho e o retrocesso histórico da cena de enforcamento em pleno século XXI. O que se prevê é que em 2011 os soldados estrangeiros no Afeganistão devem enfrentar "ainda mais violência" dos talibãs que em 2010, ano que de longe foi o mais letal para as forças imperialistas em nove anos de guerra. A advertência foi feita ontem por um porta-voz militar da Otan, máquina militar dominada pelos EUA em aliança com as velhas potências européias, criada no pós-guerra para se contrapor à União Soviética. Muitos oficiais europeus consideram a guerra no Afeganistão perdida para as forças invasoras, conforme documentos revelados pelo WikiLeaks. Com 692 soldados mortos, 2010 foi o ano que registrou mais baixas para as forças internacionais no Afeganistão, segundo o site especializado icasualties.org. Em 2009, as tropas americanas e dos outros países da coalizão da Otan perderam 521 soldados. Anteontem, pelo menos seis soldados americanos da Otan foram mortos em um ataque suicida com carro bomba contra uma base militar no sul, de acordo com o exército afegão. Assim caminha a maior potência mundial para mais uma derrota fragorosa. Se ganhasse, seria uma "Vitória de Pirro". Mas... Nem a isso o império terá direito.
 
fonte: jornal de fato

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