Brasília (AE) - Em meio à crise envolvendo repasses do Programa de
Financiamento Estudantil (Fies), o ministro interino da Educação, Luiz Cláudio
Costa, disse ontem que o governo continuará expandindo o crédito “apesar dos
ajustes” feitos na economia e a previsão de cortes no orçamento nos próximos
dias, como parte do esforço para atingir o superávit primário de R$ 66 bilhões.
“O governo vai continuar com a sua expansão, fazendo os ajustes, mas não
abrindo mão da expansão do Ensino Superior”, afirmou.
Costa deu como exemplo a criação de 210 mil vagas mesmo com a
contenção orçamentária implementada no primeiro trimestre, o que levou os
estudantes e as instituições de ensino a buscar alternativas para manter as
aulas - entre elas, o financiamento em bancos privados. “Apesar dos ajustes, o
governo mantém seu comprometimento com o ensino superior, mais 1,9 milhão de
vagas continuam (dentro no Fies)”, disse.
O ministro, que nos próximos dias cederá o lugar o filósofo
Renato Janine Ribeiro, anunciou hoje a criação de 1,887 vagas em cursos de
medicina de universidades privadas. As instituições terão de abrir campos em
até 22 cidades do interior no Norte, Nordeste e Centro-Oeste, como parte da
expansão de 11,5 mil vagas de graduação em medicina proposta pelo Programa Mais
Médicos. “Essa nossa expansão de 11,447 mil vagas (de medicina) tem uma
composição de instituições públicas e de instituições privadas”, disse.
Parte dos novos alunos deve ser atendida pelo
Fiesp, especialmente em regiões mais pobres do Nordeste. Há o risco de esse
financiamento desequilibrar a relação entre os cursos de medicina públicos e
privados, mas o ministro disse que o governo tentará evitar que isso ocorra. “O
Brasil, você sabe, tem um modelo de 74% de suas vagas de Ensino Superior nas
instituições privadas e 26% nas instituições públicas. Em medicina não é assim,
nós temos em torno de 52% privadas e 48% em universidades públicas. Nós temos
esse cuidado da expansão (nos cursos de medicina) de que ela seja buscando esse
equilíbrio”, defendeu.
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