terça-feira, 25 de julho de 2017

Propinas da Semsur bancaram carro para filho de secretário, aponta MP


O nível de corrupção a que desceu os gestores da Secretaria Municipal de Serviços Urbanos (Semsur) ganha dimensão na decisão judicial que autorizou a Operação Luz, que apura desvios de mais de R$ 22 milhões em uma das principais pastas da Prefeitura de Natal.
Em conversas interceptadas com autorização da Justiça, os acusados do núcleo administrativo e empresarial se aborrecem pelas tratativas do financiamento de uma Mitsubishi L 200 para Daniel Melo, filho Jerônimo Melo, que foi secretário da Semsur até maio e estava na Secretaria de Governo. Jerônimo e Daniel estão presos.
De acordo com as investigações, mesmo não tendo cargo na Semsur, Daniel passou agir como assessor indireto do pai e passou a faze os acertos de contas com as empresas que pagavam propina.
A L 200 de Daniel Melo estava inscrita à época no nome de Ricardo Coutinho Silva Filho, que não é investigado. A compra foi intermediada por Allan Emmanuel, Felipe Gonçalvez e Antônio Felipe. Pelo acerto, esses três personagens cobririam as despesas do carro e caberia à Semsur repassar a eles o valor em contratos com as empresas das quais faziam parte.
O aborrecimento começou quando a secretaria começou a atrasar os repasses para cobrir as despesas, levando a quatro conversas interceptadas, em 22 de fevereiro deste ano, entre os empresários. Nos diálogos, as tratativas são escancaradas.
FELIPE diz: A gente tá com um pepino grande ali naquele negócio visse. Ele nem vai resolver os nove, nem vai resolver esses dez, tem trinta e nove pra sábado, tá uma bola de neve aí”.
ALLAN diz: Não dá mais nada a ele.
[…]
ALLAN: E…aí diga logo, abra logo o jogo, rapaz, vamo resolver logo então essa questão do carro lá, da parte do financiamento, vamo resolver
logo também, porque senão desse jeito não dá não, pode dizer assim mesmo.

Para o Ministério Público do RN, não resta dúvida da materialidade do crime.
“Como se vê dos diálogos acima, ao que tudo parece indicar, DANIEL teria recebido como pagamento de propina um veículo L 200, licenciado em nome de RICARDO e dele comprado, em negócio inteiramente intermediado por FELIPE GONÇALVES, ALLAN e ANTÔNIO FELIPE”.
Mania
Não foi apenas o filho de secretário que teria se aproveitado das propinas para trocar o carango. As provas juntadas aos autos indicam que o expediente também foi utilizado por outros investigados.
Assim como teria intermediado para Daniel, os três agentes do núcleo empresariam intermediaram veículos para Sérgio Pignataro e Antônio Fernandes, ligados a Raniere Barbosa.
De acordo com a investigação, Sérgio recebeu, ao fim de 2016, a título de propina no valor de R$ 12 mil, um Corsa Classic. Já Antônio Fernandes, foi agraciado com um Hyundai I

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