Queremos chamar a atenção de de toda sociedade brasileira, sobre o absurdo escrito pelo jornalista Claudio de Castro Moura, responsabilizando os professores por onerar os cofres públicos.
Prezado Cláudio de Moura Castro, como professora repúdio veemente seu artigo, bem como a revista veja por publicar o lixo escrito pelo senhor.
Na sequência vai minha argumentação é discordância a um texto que beira a falta de moral, decência, respeito e competência.
Observa-se claramente total desconhecimento do assunto em questão.
Segundo a matéria os professores"oneram" os cofres públicos pelos seguintes motivos:
A) tem 45 dias de férias
B) tem aposentadoria especial
C) vão muito ao médico (pasmem)
D)tiram licença para fazer mestrado e doutorado (sim, para ele isso é um absurdo)
E) alguns recebem bem e dão péssimas aulas (assim como em todas as profissões, existem os bons, os excelentes e os ruim. Até na profissão de repórter, pasme)
F) tem direito a licença prêmio de 12 meses (desconheço este benefício)
Além da profissão ser tachada como "bico" agora tb somos marajás da educação.
O caro autor do texto além de distorção a realidade esquece-se de dizer que o profissional da educação da rede pública, em média de 80%, necessita fazer carga horária de 50 horas semanais (distribuídas em cinco dias úteis) a fim de ter uma remuneração no mínimo decente, em contrapartida das 40h semanais (distribuídas em seis dias) dos "empreguinhos da CLT", como o mesmo comparou.
A reportagem trás tantos outros desvaneios que somente lendo na íntegra para se revoltar com tamanha calúnia e desvalorização de uma profissão tão nobre.
Vou usar apenas um exemplo de comparação:
O que dizer dos nobres magistrados do nosso país?
Juízes e promotores tem 60 dias de férias.
A cada dia viajado recebem "diária" superior a um salário mínimo.
Quando cometem crime não são presos, são aposentados.
Não estou aqui para atacar qualquer profissional ou função pública, mas estes foram alguns exemplos do que "onera" os cofres públicos.
E se fossemos fazer estas mesmas comparações nos casos dos políticos e seus benefícios?
Teríamos assunto suficiente para tese de Doutorado, não acham?
Mas tenho certeza que o autor não tem culhão nem competência para escrever sobre isto. Por que será?
Desafio este autor a se aventurar na profissão de educador da rede pública já que a considera tão vantajosa assim.
Mas vou avisando, para isso é necessário estudar muito, ter no mínimo como pré requisito uma licenciatura, prestar concurso público concorrido e ser aprovado, aguardar nomeação, estar apto, passar por estágio probatório de 3 anos com avaliação contínua e além disso tudo ter o dom de ensinar, mas vai o alerta, este não se aprende, se nasce com ele, pois é necessário amar a educação para se submeter as condições desumanas que enfrentamos.( Um outro tema interessante à se debater. Vamos deixar para outra oportunidade, se assim tivermos).
Como cidadã que vive em um Estado Democrático de Direito, com liberdade de manifestar minha livre opinião e crítica, vedado o anonimato, fica aqui registrado meu repúdio a este e qualquer outro tipo de atitude que menospreze e desvalorize a profissão de professor.
Peço que como cidadão ou educador que concorde com minha opinião compartilhe esta postagem.
Que as redes sociais nos dêem a voz que a sociedade não nos dá e que a mídia tanto quer calar.
Obrigada por me doar um pouquinho do seu tempo para ler meu desabafo.
Patricia Aledi, professora da rede pública com orgulho.
Ao carissímo Claudio de Moura Castro. ( economista, brasileiro, professor, pesquisador em educação, nunca sentou seu traseiro numa cadeira dura de muitas salas de aula de nosso Brasil e nem muito menos enfrentou as dificuldades que muitos de nós professores enfrentamos nesse país).
Me chamo Maria , sou filha de uma helena, que sonhava em ver uma filha professora e fez disso seu ideal de vida. E pasme conseguiu... Aos 21 anos entrei na educação, através de concurso público, onde foram “avaliados”, meus conhecimentos prévios. Fui colocada em uma turma da antiga 2 serie do EFI, com 35 alunos, em fase de alfabetização, vale salientar que alfabetizar é um processo, que não dura apenas um ano letivo ( antes que o ilustríssimo venha falar que meus colegas não ensinaram). Imagine um economista solucionando problemas de 35 empresas ao mesmo tempo ? Imagine além dos aspectos econômicos o senhor tivesse que: separar brigas, acolher em seus braços, contar histórias, corrigir caderneta, preencher documentos burocráticos de secretaria, segurar pai bêbado que quer bater no filho, catar piolho, corrigir tarefas e tantas atribuições que o “preguiçoso professor” sempre encontra no dia a dia ? Como o senhor procederia seu super homem, macho alfa e Beto e dono de toda solução para o descontrole de uma sociedade que contempla bunda e selfie ?
Tenho 30 dias em janeiro de férias, mais 15 dias de recesso em julho e alguns feriados que contamos nos dedos para descansar um pouquinho. Como são suas férias, quanto tempo duram e qual o valor que recebes para curtir as tais férias ?
Na minha aposentadoria onde vou gastar uma quantidade exorbitante de dinheiro com remédios, pois todo professor adquire: Loucura, perca de voz, artrose, ostoporose, demência e todos os ites. Pasme querido economista vou ter 20% a menos em meu salário.
Sou eu quem está exposta a levar uma porrada em sala de um pai ou mãe desajustado, sou eu que sou chamada de incompetente quando meu aluno não vem á escola, sou eu que brigo com o traficante para não dá droga ao meu aluno, sou eu que agüento os choros de crianças abusadas em seus lares... E sabe por que ? Por que eu deveria ter virado economista, está sentada em uma poltrona macia, publicando besteira e desfazendo de quem ainda olha a nação brasileira como gente.